O sacríficio de lutadores dentro do octógono, o ringue com oito lados de grades e nenhuma brecha para escapar usado nos combates do Ultimate Fighting Championship (UFC), é transmitido mundialmente. Porém, a parte de pancadas e ferimentos é só a última de uma preparação que testa os limites de um ser humano. É o que explica o técnico especializado em luta de chão Sérgio “Babu” Gasparelli, hoje preparando o americano Rashad Evans. Indagado se poderia passar uma dieta de lutador de Mixed Martial Arts (MMA) para ser publicada, ele afirmou: “Melhor não, uma pessoa normal não pode fazer isso. É uma dieta insalubre. Tem atleta que perde 10 quilos na semana da pesagem”.
O número impressiona, à primeira vista soa até como exagero, mas é exatamente o que o campeão mundial dos penas, o brasileiro José Aldo, diz perder nos cinco dias antes de subir na balança e comprovar que está apto a lutar na sua categoria. Não é apenas a alimentação que colabora para a rápida perda de peso, mas também a menor retenção possível de líquido pelo organismo. O suor, além de trabalhos físicos, é conseguido com horas em uma sauna ou banheira quente, opção de Aldo.
“Tem muita gente que faz sauna, eu na verdade faço banheira quente na semana da luta. É frango com alface e uma clara de ovo, almoço e jantar. Reduzo muito o líquido, o sal, e faço banheira até bater o peso. Eu só faço essa dieta na semana da luta, tiro 10 quilos de segunda a sexta”, afirmou o lutador, que diz aguentar o “jejum” sem maiores problemas atualmente. “Não chego a passar mal. Você fica fraco, às vezes dá uma tonteira, mas já faço isso há muito tempo e hoje em dia consigo suportar bem”.
Por essas e outras razões, Gasparelli afirma que MMA é luta, não esporte. Ele explica que o treinamento de um atleta já condicionado para uma luta leva em torno de um mês e meio. Um lutador que está fora de forma pode levar o dobro do tempo para se preparar. Dentro desse período, não é apenas a dieta que assusta. “Não é esporte, é uma luta. É vendido como esporte para a televisão. É uma luta que tem regras justamente para poder transmitir. Mas é uma luta. O treino é muito pior do que o combate. Nesse um mês e meio o cara vive o inferno”.
Neste inferno descrito pelo técnico, há mais do que a perda de 10 quilos na semana da pesagem. Durante o treinamento, o atleta é testado em lutas reais e tão violentas quanto as transmitidas mundialmente no octógono. Ele explica que isso é fundamental para a preparação.
“Sempre tem um treino mais forte do que outro. O seu técnico tem de ter discernimento, por exemplo, para não te colocar em uma luta de treino com um desafeto. Você tem de ter um bom ‘sparring’, tem de fazer um bom treino. Clima ruim sempre tem, como em qualquer ambiente de trabalho, você gosta mais de um do que do outro. Mas eles dependem um do outro, porque tem de ter um bom ‘sparring’, ou não chega preparado na luta. Tem de largar o braço. Há dias no meio do treinamento que você coloca a realidade. O cara tem de fazer cinco rounds de cinco minutos e ninguém vai aliviar, porque o cara vai ter de sair na porrada depois. Aí quando chega mais perto da luta, a gente tira um pouco o pé do acelerador”, contou.
Gasparelli explicou ainda que duas semanas antes do combate é o momento em que se sabe se o lutador está de fato prepado, ou não. Na sua avaliação, é praticamente impossível um lutador entrar no ringue sem nenhuma pequena lesão.
“Duas semanas antes da luta é o auge do lutador. Aí já começa a diminuir o treinamento, para reduzir o risco de lesão. Mas é nesse ponto que a gente sabe se está preparado. Então nessa semana anterior ele vai se ferrar, sair na porrada, bater, apanhar, é a última semana mais forte. A partir daí começa a fazer um treino mais técnico, mais leve, para não se machucar. A última semana antes da luta é quando o atleta se prepara para a pesagem oficial, quando tem de perder peso, é o auge do estresse para o lutador. Dificilmente um lutador entra no ringue sem estar machucado. Ele não vai contundido, não tem uma lesão que impede de lutar, mas tem alguma lesão. Tem uma hérnia, um joelho machucado, um tornozelo ruim... Tem de superar”, concluiu.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
domingo, 3 de julho de 2011
O Brasil conquistou o título do Campeonato Pan-Americano Feminino de Handebol. Na decisão, a seleção brasileira impôs sua maior qualidade técnica e venceu a Argentina por 35 a 16. Com a vitória, a equipe nacional devolveu a derrota na final da edição passada para as próprias argentinas, por apenas um gol de diferença, no Chile. Nos minutos finais a torcida, que compareceu hoje (2) ao Ginásio Adyb Moisés Dib, em São Bernardo, Grande ABC, festejou a conquista com o já tradicional grito de olé.
A festa verde amarela ficou completa quando a capitã do Brasil, a pivô Fabiana Diniz, ergueu a taça de campeã. O elenco comandado pelo técnico Morten Soubak foi aplaudido de pé durante a tradicional volta olímpica. Ao final da premiação os torcedores aproveitaram para tirar fotos e pegar autógrafos das atletas brasileiras.
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Os números podem demonstrar com exatidão a superioridade do Brasil e a excelente campanha no Pan-Americano. A seleção fechou o campeonato com 100% de aproveitamento, cinco vitórias em cinco jogos. Foram 179 gols marcados e apenas 83 sofridos, o que dá um saldo de 96.
As jogadoras comemoraram muito a conquista, mas a alegria não deve para por aí. Ainda neste ano o Brasil participará de mais dois importantes campeonatos: os Jogos Pan-Americanos, em outubro, no México e o Campeonato Mundial, no Brasil, de 3 a 18 de dezembro, com São Bernardo, Barueri, Santos e a Capital Paulista como sedes do evento
"O Brasil foi sem nenhuma dúvida a melhor equipe. A seleção dominou todos as partidas. As atletas estão de parabéns. Mas nosso trabalho não termina aqui. Ainda temos pela frente os Jogos Pan-Americanos e o Mundial, e pretendemos fazer história", declarou Soubak.
Jogo - O Brasil definiu a conquista do título Pan-Americano ainda no primeiro tempo quando abriu confortável vantagem de 17 gols. O vasto repertório ofensivo contou com lances geniais de Alexandra Nascimento, Eduarda Amorim, Deonise Cavaleiro e Daniela Piedade. Outro ponto alto ficou por conta da defesa, com destaque para as precisas intervenções de Chana Masson. A seleção ficou 13 minutos sem levar um gol sequer da Argentina e fechou a etapa na frente por 22 a 5.
No segundo tempo o Brasil seguiu com ritmo forte. As brasileiras seguiram marcando belos gols. A ponta Fernanda Silva, artilheira da final com oito gols, marcou um golaço por cobertura aos 16 minutos. Alexandra Nascimento voltou para a partida e balançou as redes mais três vezes. No final o placar de 35 a 16 a favor do Brasil mostrou que a taça do Pan-Americano ficou em boas mãos.
"É um orgulho poder defender a seleção brasileira. Um orgulho ainda maior ganhar o título pelo Brasil. Estou muito feliz. Sou uma das mais experientes e sinto que a união dessa equipe nos levará a outras conquistas. Todo elenco, comissão técnica e a torcida que nos apoiou, estão de parabéns", festejou a goleira Chana Masson.
Terceiro lugar - Cuba ficou com o terceiro lugar do Pan-Americano. Na disputa pelo bronze as cubanas superaram o Uruguai com tranquilidade, por 37 a 27. Outro destaque da campanha ficou por conta da armadora Ardssay Duron Marenz, que marcou 38 gols nas cinco partidas disputadas e ficou com o título de artilheira da competição.
Com um time mais forte fisicamente, Cuba dominou o jogo desde o início e abriu com tranquila diferença no placar. O Uruguai ainda reagiu, mas não o suficiente. As cubanas fecharam o primeiro tempo na frente, em 17 a 13. Na etapa final ficou ainda mais evidente a diferença física entre os dois países. Cuba variou as jogadas pelas pontas e pivôs e fechou o confronto com 10 gols na frente do rival, 37 a 27
Campanha do Brasil:
Primeira fase
Brasil 31 x 16 México
Brasil 36 x 21 Cuba
Brasil 37 x 16 Chile
Semifinal
Brasil 40 x 14 Uruguai
Final
Brasil 35 x 16 Argentina
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